Textos inspirados de São Luís Maria Grignion de Montfort sobre a indispensável devoção a Nossa Senhora, característica fundamental da piedade católica, tão necessária para nossa santificação e salvação.Diz o grande doutor marial São Luís Maria Grignion de Montfort, em seu insuperável Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem(1): “Confesso com toda a Igreja que Maria é uma pura criatura saída das mãos do Altíssimo. Comparada, portanto, à Majestade infinita, ela é menos que um átomo; é, antes, um nada, pois que só Ele é Aquele que é (Ex 3, 14). Por conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo, não tem nem teve jamais necessidade da Santíssima Virgem para a realização de suas vontades e a manifestação de sua glória. Basta-lhe querer, para tudo fazer.
Digo entretanto que, supostas as coisas como são, já que Deus quis começar e acabar suas maiores obras por meio da Santíssima Virgem depois que a formou, é de crer que não mudará de conduta nos séculos dos séculos, pois é Deus, imutável em sua conduta e em seus sentimentos. [...]
A conduta das três pessoas da Santíssima Trindade, na encarnação e primeira vinda de Jesus Cristo, é a mesma de todos os dias, de um modo visível na Igreja, e esse procedimento há de perdurar até à consumação dos séculos, na última vinda de Cristo. [...]
Pois que a graça aperfeiçoa a natureza e a glória aperfeiçoa a graça, é certo que Nosso Senhor continua a ser, no Céu, tão Filho de Maria como o foi na Terra. Por conseguinte, Ele conserva a submissão e obediência do mais perfeito dos filhos para com a melhor das mães. [...]
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Se Moisés, pela força de sua oração, conseguiu sustar a cólera de Deus contra os israelitas, e de tal modo que o altíssimo e infinitamente misericordioso Senhor lhe disse que o deixasse encolerizar-se e punir aquele povo rebelde, que devemos pensar, com muito mais razão, da prece da humilde Maria, a digna Mãe de Deus, que tem mais poder junto da Majestade divina, que as preces e intercessões de todos os anjos e santos do Céu e da Terra? [...]
Por meio de Maria, Deus Pai quer que aumente sempre o número de seus filhos, até a consumação dos séculos, e diz-lhe estas palavras: In Jacob inhabita – Habita em Jacó (Ecli. 24, 13), isto é, faze tua morada e residência em meus filhos e predestinados, figurados por Jacó, e não nos filhos do demônio e nos réprobos, que Esaú figura.
Assim como na geração natural e corporal há um pai e uma mãe, há na geração sobrenatural um pai, que é Deus, e uma mãe, Maria Santíssima. Todos os verdadeiros filhos de Deus e os predestinados têm Deus por Pai e Maria por mãe; e quem não tem Maria por mãe, não tem Deus por pai. Por isso os réprobos, os hereges, os cismáticos, etc., que odeiam ou olham com desprezo ou indiferença a Santíssima Virgem, não têm Deus por pai, ainda que disto se gloriem, pois não têm Maria por mãe.
Fonte: www.catolicismo.com.br