sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A Vida do Santo Pio de Pietrelcina - parte VI



Os estigmas de Cristo

O padre Pio teve as cinco chagas de Cristo crucificado que levou em seu corpo visivelmente durante 50 anos.

Um pouco mais de um mês depois de haver tido o coração transpassado, o padre Pio recebe os sinais, agora visíveis, da Paixão de Cristo.

O padre descreve este fenômeno e graça espiritual a seu diretor por obediência: "Era a manhã do dia 20 de setembro de 1918.

Eu estava no coro fazendo a oração de ação de graças da Missa e senti pouco a pouco que me elevava a uma oração sempre mais suave, de pronto uma grande luz me deslumbrou e me apareceu Cristo que sangrava por todas partes.

De seu corpo chagado saíam raios de luz que mais bem pareciam flechas que me feriam os pés, as mãos e o costado.

Quando voltei a mim, me encontrei no sozinho e com chagas.

As mãos, os pés e o costado sangravam e me doíam até fazerem perder todas as forças para levantar-me.

Me sentia morrer, e haveria morrido se o Senhor não houvesse vindo a sustentar-me o coração que sentia palpitar fortemente em meu peito.

Me arrastei até a cela.

Me recostei e rezei, olhei outra vez minhas chagas e chorei, elevando hinos de agradecimento a Deus".

Os estigmas do padre Pio eram feridas profundas no centro das mãos, dos pés e o costado esquerdo.

Tinha mãos e pés literalmente traspassados e lhe saia sangue vivo de ambos lados, fazendo do padre Pio o primeiro sacerdote estigmatizado na história da Igreja.

O provincial dos Capuchinos de Foggia convidou ao Professor Ramaneli, médico e diretor de um prestigioso hospital, para que estudasse o caso e desse seu parecer.

O Doutor Ramaneli não teve a menor duvida do caráter sobrenatural do fenômeno.

Pouco depois a Cúria Geral dos Capuchinos em Roma enviou a São Gionanni Rotondo outro especialista, o professor Jorge Festa.

Suas conclusões foram que "os estigmas do padre Pio tinham um origem que os conhecimentos cientificos estavam muito longes de explicar.

A razão de sua existência estão além da ciência humana".

A noticia de que o padre Pio tinha os estigmas se estendeu rapidamente.

Muito rápido milhões de pessoas acudiam a São Giovanni Rotondo para vê-lo, beijar suas mãos, confeasar-se com ele e assistir a suas Missas.

Uma grande celebridade em matéria de psicologia experimental, o padre Agustim Gimeli, franciscano, doutor em medicina, fundador da Universidade Católica de Milão e grande amigo do Papa Pio XI, foi visitar ao padre Pio, mas como não levava permissão por escrito para examinar suas chagas, este recusou a mostrá-las.

O padre Gimeli saiu de São Giovanni com a idéia de que os estigmas eram falsos, de natureza neurótica e publicou seu pensamento em um artigo publicado em uma revista muito popular.

O Santo Oficio se valeu da opinião deste grande psicólogo e fez publico um decreto no qual declarava a pouca constancia na sobrenaturalidade dos fatos.

Dez anos de isolamento

Nos anos seguintes teve outros três decretos e o ultimo foi condenatório, proibindo as visitas ao padre Pio ou manter alguma relação com ele, inclusive epistolar.

Como conseqüência, o padre Pio passou 10 anos -de 1923 a 1933- asilado completamente do mundo exterior, entre a paredes de sua cela.

Durante estes anos não apenas sofria as dores da Paixão do Senhor em seu corpo, também sentia em sua alma a dor do isolamento e o peso da suspeita.

Sua humildade, obediencia e caridade não diminuiram nunca.

O Sacrifício da Missa

O padre Pio se levantava todas a manhãs as três e meia e rezava o oficio das leituras.

Foi um sacerdote orante e amante da oração.

Apenas repetia: "A oração é o pão e a vida da alma; é o ar do coração, não quero ser mais que isto, um frade que ama".

Celebrava a Santa Missa nas manhãs acompanhado de dois religiosos.

Todos queriam vê-lo e até toca-lo, mas sua presença inspirava tanto respeito que ninguém se atrevia a mover-se no mais minimo.

A missa durava quase duas horas e todos os presentes se submergiam de forma particular no mistério do sacrifício de Cristo, multidões se colocavam apertadas ao redor do altar detendo a respiração.

O padre Pio vive a Santa Missa, sofrendo as dores do Crucificado e dando profundo sentido as orações litúrgicas da Igreja.

Quando dizia: "Este é meu corpo.

Este é meu sangue", seu rosto se transfigurava.

Ondas de emoção o sacudiam, todo seu corpo se projetava em uma muda imploração.

"A missa", disse uma vez a um filho espiritual, "é Cristo na Cruz, com Maria e João aos pés da mesma e os Anjos em adoração.

Choremos de amor e adoração nesta contemplação".

O padre amava a Jesus com tanta força, que experimentava em seu próprio corpo uma verdadeira fome e sede d´Ele.

"Tenho tal fome e sede antes de receber a Jesus, que falta pouco para que morra de angustia.

"O mundo, dizia o padre Pio, pode existir sem o sol, mas nunca sem a Missa".

Em uma ocasião lhe perguntaram se a Santíssima Virgem Maria estava presente durante a Santa missa, ao qual ele respondeu: "Sim, ela se coloca ao lado, mas eu a posso ver, que alegria.

Ela está sempre presente.

Como poderia ser que a Mãe de Jesus, presente no Calvário ao pé da cruz, que ofereceu a seu filho como vítima pela salvação de nossas almas, não esteje presente no calvário místico do altar?".